sexta-feira, 11 de julho de 2025

 '                OUTROS POUCOS LIVROS QUE LI NO ANO DE 1991 - 5ª SÉRIE - (GINÁSIO)

      

  • A Ilha Perdida – Maria José Dupré
  • O Caso Da Borboleta Atíria – Lucia Machado Almeida
  • Aventuras De Xisto – Lucia Machado de Almeida
  • Tonico E Carniça – Francisco de Assis Almeida Brasil
  • Pega Ladrão – Luiz Galdino
  • Marcelino Pão E Vinho – José Sanches
  • Senhor Dos Anéis – As Duas Torres – Tolkien

    Que interessante relembrar essas leituras da 5ª série.  Essa lista mostra uma mistura de clássicos da literatura infantojuvenil brasileira com uma incursão ousada em Tolkien – um contraste que diz muito sobre a fase de transição entre a infância e a adolescência. Confesso que quando li “Duas Torres”, pouco entendi da trama toda, era um mundo muito longe dos livros que lia com ents, goluns, elfos e hobbits e me confundia todo com os nomes.

    A “Ilha Perdida” e os livros de Lúcia Machado de Almeida são clássicos da Série Vaga-Lume, que marcaram gerações. Histórias de aventura com protagonistas jovens, mistério e natureza – perfeitos para despertar o prazer da leitura nessa idade. O meu preferido foi “O Caso Da Borboleta Atíria”.

            “Tonico e Carniça” traz um humor simples e cotidiano, enquanto “Pega Ladrão” (também da Vaga-Lume) tem uma narrativa mais dinâmica, quase policial, ideal para prender a atenção.

    “Marcelino Pão e Vinho” é uma leitura mais emotiva e espiritual, um contraponto aos livros de aventura, mostrando que já havia uma diversidade de temas em formação. Óbvio que li por causa da Dona Carminha, da catequese.

    Essa lista reflete um ano de leitura rico e variado, equilibrando clássicos brasileiros formadores de identidade literária com uma incursão em obras universais. Era uma época em que as escolas e famílias incentivavam a leitura sem medo de "textos difíceis", algo que hoje se perdeu em parte. Você lembra de algum desses livros com mais carinho? Ou algum foi um desafio na época?

 


sábado, 10 de maio de 2025

 

    OS POUCOS LIVROS QUE LI NO ANO DE 1990 - 4ª SÉRIE - PROF. LEILA

  • Spharion - Lucia Machado de Almeida
  • O Escaravelho do Diabo - Lucia Machado de Almeida
  • Tonico - José Rezende Filho
  • O Feijão e o Sonho - Orígenes Lessa
Minhas Aventuras Literárias nos Anos 90: Entre Besouros Assassinos e Sonhos Impossíveis

Lá pelos idos de 1990, eu era um pequeno leitor de 10 anos, uniforme amarrotado da 4ª série, mochila cheia de cadernos com orelhas e escrito num heiroglifo – é claro – livros que a professora Leila empilhava em nossas mesas com um sorriso misteriosamente assustador. Hoje, olhando para trás, percebo que ela não estava só nos ensinando a ler; estava nos preparando para sobreviver – seja a uma colônia alienígena, a um poeta faminto ou, pior ainda, a um besouro assassino.

Tudo começou com "O Escaravelho do Diabo". Lúcia Machado de Almeida não brincava em serviço: aquele livro tinha mortes, um inseto sinistro e um suspense digno de filme de terror. Lembro-me de ler escondido sob as cobertas, porque abril é sempre frio, pulando a cada barulho na rua de cima. Quando o besouro aparecia nas cenas, eu fechava os olhos por um segundo – só um! – antes de continuar devorando as páginas. Era meu primeiro thriller, e a professora Leila, sabiamente, nos apresentou o medo como algo divertido.

Depois do susto, o próximo bimsetre, Spharion me jogou em uma nave espacial. Confesso: no começo, estranhei. Onde estavam os mistérios terrestres? Os vilões humanos? Mas logo me vi torcendo por aqueles personagens perdidos em um planeta estranho, com máquinas e criaturas desconhecidas. Era ficção científica brasileira, algo raro, e mesmo sem entender todos os conceitos, eu adorava a sensação de que o universo era maior do que meu quintal.

Depois das férias, "Tonico" era o alívio cômico depois das aventuras tensas. Se o personagem era metade do que Tonico e Carniça (que eu leria no ano seguinte), então suas peripécias eram exatamente o tipo de coisa que eu e meus amigos faríamos – se tivéssemos mais coragem. Roubar goiabas do vizinho? Check. Inventar desculpas esfarrapadas? Check. Era um livro que cheirava a infância, e eu devorei com um sorriso de orelha a orelha.

O Livro que (Quase) Ninguém Esperava
E então veio O Feijão e o Sonho.

Ah, O Feijão e o Sonho.

Eu devo ter sido uma das poucas crianças do Brasil a encarar Orígenes Lessa na 4ª série. Enquanto meus colegas ainda estavam presos em "A Turma da Mônica", eu tentava entender a vida daquele poeta que brigava com a realidade. Confesso: partes do livro passaram voando sobre minha cabeça como um Spharion desgovernado. Mas algo ficou: a melancolia, a luta entre o sonho (a poesia) e o feijão (a dura realidade). Anos depois, reli e aí sim entendi a genialidade – mas na época, só sabia que era diferente de tudo que eu já tinha visto.

O Legado da Professora Leila
Hoje, percebo que ela montou um quebra-cabeça literário perfeito:

Escaravelho me ensinou que histórias podem assustar e prender.

Spharion mostrou que a imaginação não tem limites.

Tonico me fez rir das pequenas loucuras da vida.

O Feijão e o Sonho... bem, esse me preparou para os clássicos que viriam.

E você, também teve uma professora (ou professor) que te jogou num mundo de livros inesperados? Lembra de algum título dessa época que te marcou à força, mesmo sem você entender tudo?

P.S.: Se a professora Leila estiver por aí, devo dizer: obrigado. E, por favor, explique o final de "O Escaravelho do Diabo" – ainda tenho minhas dúvidas!











sábado, 1 de fevereiro de 2025

Nous partons pour la France

 


Meus estudos de línguas estrangeiras sempre se basearam nos materiais dos quais eu tinha acesso lá em Campos do Jordão, através das bibliotecas públicas e escolares. Meu maior sonho, quando adolescente, era ter condições para comprar bons métodos e bons cursos, até mesmo os Cursos de Idiomas Globo. Mas aprendi com meu avô que para se falar idiomas só dependia de ouvir; para ler e escrever só era necessário disciplina, dicionários, papel e lápis. Foi então que conheci o Método Assimil. 

Era um material que tinha muitas lições, cerca de 100 por livro. Os afortunados os tinham com LPs, fitas cassettes e seus respectivos áudios. Os meros mortais só podiam contar com as trancrições de pronuncias das páginas pares, uma vez que nas páginas ímpares se lia o texto da "Língua Alvo"




Première Leçon – Bon voyage !

– Nous partons pour la France.

– Ah ! Et quand partez-vous ?

– Nous partons probablement à la fin de la semaine.

– Et allez-vous directement à Paris ?

– Nous allons à Paris, puis à Nice.

– Restez-vous longtemps à Paris ?

– Nous restons environ une semaine.

– Vous avez de la chance !

– Eh bien, alors, au revoir.

– Au revoir, et bon voyage !

OUVIR

domingo, 24 de novembro de 2024

 


    Ainda quando eu era um aluno da graduação de Linguística, tive o imenso prazer de fazer parte de uma equipe de revisão técnica da Editora Hedra, na confecção do que seria o primeiro dicionário livre da Língua Portuguesa.

"O Minidicionário Livre da Língua Portuguesa é a primeira obra de referência impressa sob as licenças Creative Commons (CC-BY-NC), permitindo ao leitor reproduzir, distribuir e modificar seu conteúdo, desde que não faça dele uso comercial e mencione sempre o nome do autor. Com 35 mil verbetes, o dicionário conta ainda com divisão silábica, indicação de pronúncia e grafia dos plurais irregulares, além da maioria dos nomes de grupos e línguas indígenas do Brasil, geralmente não dicionarizados."

    Sempre gostei da Lexicografia e ainda quando criança passava horas lendo os dicionários que me chegavam às mãos. Na faculdade, tive a felicidade de ter contato com dois excelentes doutores (Waldemar Ferreira Netto e Rosane de Sá Amado),  que me abriram as portas para aquilo que seria minha primeira expericência no ramo editorial de dicionários.


    Eram horas e horas criando o corpus que viria a ser a base desse dicionário, consultas e consultas a uma seleção de dicionários já publicados e aclamados no país, assim eram as manhã do início do novo milênio. Eu sinceramente não tinha dimensão do trabalho que dava, também não reconhecia o impacto que essa obra teria. 
    Essa publicação foi além-mar e serviu de base  para confecção de outro dicionário Dicionário livre santome/português Livlu-nglandji santome/putugêji, de Gabriel Antunes de Araujo, um dialeto africano influenciado pela Língua Portuguesa em São Tomé desde o século XVI.


segunda-feira, 21 de outubro de 2024

"Como responder questões discursivas em provas e concursos"




Em 2020 conclui um cursinho sobre "Como responder questões discursivas em provas e concursos". Essa habilidade, cada vez mais negligenciada pelos estudantes, é uma ferramenta essencial para se destacar quando se trata de um concurso em que se precise um maior DESTAQUE.

sábado, 19 de outubro de 2024

Livros lidos na minha infância (Anos 80)




1º Livro que li - História do Uirapuru (Lendas Brasileiras - Célio Barroso)



                                                                        ​***
  • A bolsa amarela - Lygia Bojunga
  • A bruxinha atrapalhada - Eva Furnari
  • A curiosidade premiada - Fernanda Lopes Almeida
  • Lúcia, já vou indo - Maria Helena Penteado
  • Maneco, Caneco, Chapéu de Funil - Luis Camargo
  • Marcelo, marmelo, martelo - Ruth Rocha
  • Menina Bonita do Laço de Fita - Ana Maria Machado 
  • O Menino Maluquinho - Ziraldo
  • A Arca de Noé - Vicnicius de Moraes
  • O Gato Malhado e Andorinha Sinhá - Jorge Amado
  • Flicts - Ziraldo
  • Reinações de Narizinho - Monteiro Lobato
  • Chapeuzinho Amarelo - Chico Buarque
  • O Fantástico  Mistério da Feiurinha - Pedro Bandeira
  • A Festa dos Ursinhos (Coleção Serelepe)
  • O Concerto das Galinhas (Coleção Serelepe)
  • Dois bons amigos  (Coleção Serelepe)
  • O Reizinho Mandão - Ruth Rocha
  • O Saci - Monteiro Lobato


*un luca por sus pensamientos


 



Com o vento gelado me recebendo com seus sopros andinos, chego a Santiago, perdido com os cartões de créditos e cartão de embarque – recebo os olhares desejosos de chilenos preocupados com meu trânsito até o hotel, arranhando o falível castelhano de vinte anos atrás, livro-me das garras e saio em busca de um café – preciso recobrar-me do sono pesado – ainda ontem eu gritava pelos corredores estreitos, esverdeados e descascados de um andar gradeado, como se temessem que o conhecimento fugisse daquelas curvas paredes – o cheiro do líquido negro invade minhas narinas, esquentando a alma e enchendo de felicidade – a frieza própria dos terminais aéreos me acalentava como dizendo que  essa seria “a viagem” – um périplo – um reencontro – sim um reencontro comigo que há muito viajou viagens alheias, guiou passeios de terceiros e serviu de intérprete das sedes de outrem.

Limpo a garganta, agarro firme a valise cheia de roupas, me dirijo ao balcão e peço um táxi para o centro de Santiago, totalmente desconectado do mundo, sem wi-fi e nem chip local, “Me gustaría un taxi a RQ Hotel, por favor?!”

...

*Mil pesos por seus pensamentos