“Não fala com absoluto rigor quem diz que o português provém do latim.
Rigoroso é dizer que o latim continuava a existir no português, modificado
evolutivamente segundo leis orgânicas que sofrem exceções apenas quando outras
leis de maior força atuam nelas” (Lições de Filologia Portuguesa, edição da ‘Revista
de Portugal’, 1956, p. 6 – VASCONCELOS, Carolina Michaëlis)
Os primeiros a povoar a região, onde
hoje chamamos de Portugal e Espanha, foram os celtas e iberos. Estes celtiberos
dominaram as regiões da Lusitânia por serem fecundas e destes povos sobraram alguns nomes portugueses
na língua.
- Coimbra – (Conimbriga)
- Douro – (Durius)
- Vouga – (Vacua)
Posteriormente chegaram à Península
Ibérica os nautas fenícios, gregos e cartagineses, por lá se estabeleceram
porque existiam muitas possibilidades de mercados e o povo era muito amistoso.
A união de sangue destes povos em terras lusitanas foi formando inúmeras tribos
e se espalharam pelo território, havendo predominância de celtas na faixa onde
hoje se encontra o Estado de Portugal. Estas paragens muito fecundas e
salutares aguardavam sua romanização no III século antes de Cristo.
A Romanização da Península Ibérica.
Durante a segunda Guerra Púnica – 218 a.C. a 201
a.C. (Bellum Punicum Secundum), os romanos, sob o comando de Cornélio
Cipião (Publius Cornelius Scipio), tiveram que invadir a península, levados por duplo intento. O primeiro
era o de atender aos pedidos de socorro de Sagunto, cidade grega atacada pelos
soldados cartagineses. O segundo motivo foi o de derrotar Aníbal (Hannibal Barca) que, nessa época,
arruinavam os melhores interesses dos romanos nos campos italianos. Os ataques
deste general ameaçavam seriamente Roma e suas conquistas.
Assim, com estas
investidas dentro da Ibéria, a conquista da Ibéria pelos romanos custou cerca
de duzentos anos. Em princípio, nas regiões do sul e da costa oriental, área mais
civilizada e cosmopolita, as ações de romanização se deram de forma tranquila e
fácil. Por outro lado, foi muito difícil quando os romanos se viram ante as
povoações mais severas e vigorosas da região norte. As rijas povoações selváticas
do norte só foram dobradas entre os anos 26 e 18 a.C., permanecendo em poder de
Roma, exceto uma faixa de terra ao norte de Portugal.
A romanização se
fazia de modo fácil ao oferecer estradas magníficas, escolas públicas,
explorações mineral de forma organizada, a criação de uma legítima cidade
romana com belos templos, casas de banho, uma estrutura comercial arranjada,
sem dizer do serviço de correios. Estas benesses todas foram essenciais para a
rápida assimilação do povo ibérico. Exceto por dois aspectos, caros aos
romanos, no qual os romanos eram intransigentes. A estes dois aspectos
trataremos em “post” futuro.