quarta-feira, 25 de março de 2015

a praça.




tarde abafada de outono, já carregada de folhas caídas, acolchoando o chão para o inverno. Fora limpa recentemente e ainda as formigas não se acomodaram para o clima elegante e austral. Na foto constam 7 pessoas, 2 cães.
Os três mais acima, como numa cerração matinal, se perdiam em ofensas numa névoa entorpecente e palheiros na mão, numa embasbacada alegria.
Na parte central, outros três jovens temulentos rindo a própria sorte e se afogando em latas reluzentes e douradas, alternando com tragos de vodkas baratinhas.
E na parte inferior, a enleada imagem de um senhorita, muito mais subversiva que a meia dúzia já citada, extática e absorta num frenesi estático, que corria as linhas negras das páginas em tom sépia e como querendo mergulhar mais profundamente nas páginas do seu livro, fazia questão de ignorar tudo a sua volta.
Inebriada que estava, era contemplada pela natureza em seu silêncio, que só se tornava mais nativa com as presenças ilustres desses dois cães interessados por algum pássaro que voava sorrateiramente perto do fotógrafo.

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