sábado, 26 de janeiro de 2013

Nunca conheci outro lugar




Nunca conheci outro lugar.
só visitei.
quando criança cria em Deus,
na tv, nos sonhos e, tolamente,
que conheceria o mundo.

Saía pela porta da cozinha,
descia os escadões da vila,
cruzava as ruas repletas de carros
velhos, parados, em eterna manutenção...

Isto me mostrou a velocidade,
ensinou-me a propriedade.
Fez a dinâmica me atravessar,
consertando tudo aquilo que errava.

O cheiro dos cafés que ebuliam nos bares
marcava na memória que a
manhã acontece preguiçosamente.
-Bom-dia, seo Mário!
-Dia?... nunca entendi o dia.

O campo de futebol encharcado,
poços, coaxar dos sapos e
cascalhos, muitos cascalhos.
Um futuro asfalto, sonhava a ruazinha de barro.
Pretenciosamente almejava que
gostaríamos de progresso.

Queria conhecer São Paulo,
o Rio, o estrangeiro quem sabe.
peguei um “pareio” de roupas
Paguei uma passagem de ida,
chorei a distância das curvas e
o enjoo do meio da serra.
Para visitar o mundo e
conhecer cada vez mais o lugar
que me pariu, criou, alimentou

Hoje visito o mundo, passeio por ele
e conheço intimamente as vielas, as casas sobre casas
entendo que pelo resto mundo só posso
passear...

Alberto Ribeiro Rosa Júnior - 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário